Entre o simples e o profundo

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Entre o simples e o profundo

Indicados à categoria de Profissional de Estratégia chamam a atenção para o destaque da disciplina ao longo dos anos e à necessidade de estar a par das transformações culturais para manter relevância

Giovana Oréfice
31 de outubro de 2023 - 13h02

 

Chiara, da Coca-Cola; Gisele, da Gut; e Novaes, da Mooc: tradição, simplicidade e profundidade (crédito: divulgação)

Se antes a área de planejamento era vista como inacessível, mergulhada em crises existenciais e até “cabeçuda demais”, o contexto atual da publicidade prova justamente o contrário. O cenário do passado é lembrado por Gisele Bambace, head de estratégia da Gut. A profissional assumiu o posto em abril deste ano, após quase dois anos como group strategy director da agência e passagens anteriores por Suno United Creators e Wunderman Thompson.

A head aponta que, graças às transformações pelas quais a publicidade vem passando, a disciplina é hoje mais “mão na massa” e com função integradora, acompanhando o trabalho criativo de ponta aponta em um cenário volátil e complexo. “Não adianta mais se apaixonar por um insight e achar que o trabalho está resolvido. É preciso pensar como as coisas funcionam na prática, em todos os pontos de contato, respeitando a natureza de cada canal”, diz Gisele. “Para todo mundo isso é um desafio, mas para a estratégia é ainda maior, já que é uma área com foco em simplificar e fazer escolhas”, complementa.

Na contramão da simplicidade, existe uma necessidade do aprofundamento em consonância com os códigos culturais e com a comunidade, conforme defende Levis Novaes, sócio fundador da Mooc. Segundo ele, a estratégia tem um papel importantíssimo a começar da pesquisa com profundidade, análise minuciosa de contextos, conexão entre pontos e construção de jornada. Além de estar à frente da criação do ecossistema criativo fundado
por profissionais negros no Brasil, Novaes lidera o spin off Kele AG junto a seu sócio e COO, Kevin David.

“Outro ponto importante e desafiador é que a autenticidade na construção de estratégias só dará os próximos passos quando a diversidade for intrínseca e propósito de perpetuar a tradição, construção e, sobretudo, inovar conceitos icônicos ao longo da história. Para ela, uma das mudanças pelas quais passa a disciplina de estratégia e a de encontrar caminhos criativos para resolver desafios focados nas pessoas, e entender qual o papel que a marca pode ter e como ela pode contribuir para o desafio. “Descentralizamos o foco da marca e colocamos nas pessoas. Acredito que é isso que permite construirmos a tão desejada ‘relevância’ para as marcas. Relevância é algo que elas buscam desde sempre, e o significado e a métrica evoluem com o tempo”, descreve.

Como parte da jornada para o futuro da disciplina, Levis aponta as estratégias desenhadas em um ecossistema de comunicação, como uma plataforma. “O guarda-chuva permite um entendimento aprofundado das dimensões de marca em paralelo ao contexto sociocultural, a mensagem central pode ser localizada de acordo com o território. E, na maioria das vezes, o vídeo é um dos assets que acontece junto com uma gestão consistente de comunidades autênticas, desenho de jornadas e experiências e outros elementos”, conclui.

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